A expectativa de vida no Brasil tem aumentado significativamente, atingindo 76,4 anos em 2023, o que reflete avanços em saúde e qualidade de vida.
Com isso, a população acima de 60 anos cresce rapidamente, já representando 15% dos brasileiros, e deve chegar a 40% até 2070. Este cenário levanta uma questão delicada: quando é a hora de motoristas mais velhos pararem de dirigir?
A experiência versus os desafios do envelhecimento
Motoristas mais velhos trazem a experiência e cautela como marcas ao volante, características que os diferenciam dos mais jovens, geralmente impulsivos. Entretanto, o excesso de cautela pode causar lentidão e insegurança, comprometendo a fluidez do trânsito e a segurança.
“Dirigir requer habilidades cognitivas e motoras que são afetadas de forma distinta por cada pessoa. Muitos idosos têm suas funções preservadas, mas outros apresentam declínios que podem comprometer a direção”, explica uma psicóloga especialista em trânsito.
Por isso, as avaliações no momento de renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) são fundamentais. Elas garantem que apenas condutores em plenas condições continuem a dirigir, priorizando a segurança viária.
Renovação da CNH: os prazos são suficientes?
A legislação atual determina que motoristas com até 69 anos renovem a CNH a cada cinco anos, enquanto aqueles com mais de 70 anos o façam a cada três anos. Contudo, especialistas apontam que esse intervalo pode ser insuficiente para identificar declínios sutis, mas significativos, na capacidade de dirigir.
Além disso, as avaliações psicológicas são essenciais para medir tempo de reação, controle emocional e habilidades cognitivas, aspectos cruciais para o trânsito. Segundo especialistas, é necessário um olhar mais criterioso para garantir que o envelhecimento não comprometa a segurança.
A difícil decisão: parar ou continuar ao volante?
Perder a habilitação pode significar, para muitos idosos, a perda de independência e liberdade, o que afeta diretamente sua autoestima. Além disso, famílias enfrentam dilemas ao decidir quando intervir, lidando com conflitos emocionais e resistência.
“A CNH é uma concessão, não um direito vitalício. Ela depende da aptidão física e mental do condutor”, afirma um especialista. Portanto, o momento de parar de dirigir deve considerar avaliações regulares e o diálogo entre família e motorista.