Desde o seu lançamento em maio de 2021, o Volkswagen Taos não conseguiu decolar nas vendas no mercado automotivo brasileiro. Diferentemente de outros SUVs da marca como o T-Cross e o Nivus, que conquistaram rapidamente uma fatia significativa de compradores, o Taos se viu em uma situação distinta.
Dados da Fenabrave revelam que, no primeiro quadrimestre de 2024, o Taos emplacou apenas 3.887 unidades, um número inferior aos seus concorrentes diretos. Vamos explorar as possíveis razões para esse desempenho.
O Contexto de Mercado do Volkswagen Taos
Com concorrentes fortes como Jeep Compass e Toyota Corolla Cross, que emplacaram 15.550 e 13.041 unidades respectivamente no mesmo período, o Volkswagen Taos enfrenta desafios. Até mesmo o Haval H6, da Great Wall Motors, vendeu 5.452 unidades, destacando-se apesar da rede de distribuição ainda em expansão no Brasil.
Imagem da Marca
Historicamente, a Volkswagen está associada a modelos de custo acessível e amplamente populares. Fusca, Brasilia, Gol e Fox são carros que ressoam imediatamente na mente dos brasileiros.
Essa associação pode influenciar a aceitação dos modelos superiores da marca, incluindo o Taos. Comparativamente, a Toyota sempre se destacou em segmentos médios e superiores, liderada pelo sucesso do Corolla, algo que não conseguiu replicar com os modelos mais básicos como Etios e Yaris.
Design Conservador
O design funcionalista da Volkswagen, sem grandes ousadias, é outro fator que pode afetar a atratividade do Taos. Apesar de garantir uma identidade clara entre seus modelos, muitos consumidores não gostam da semelhança visual com os carros de categorias inferiores da marca, como o T-Cross. Em um segmento onde o visual arrojado pode ser um diferencial decisivo, a aparência mais tradicional do Taos pode ser uma desvantagem.
Motorização Híbrida dos Concorrentes
A única opção de motorização atual do Taos, o motor 1.4 turbo (250 TSI), enquanto eficiente, não possui a inovação das opções híbridas oferecidas pelos concorrentes. O Jeep Compass, por exemplo, já está disponível em versões híbrida plug-in, além das opções flex e diesel. A falta de uma opção híbrida no Taos, que está prevista apenas para 2025, coloca o modelo em desvantagem tecnológica momentânea.
Acabamento Interno
O acabamento interno do Taos tem sido alvo de críticas. Embora ofereça alguns toques sofisticados, como superfícies acolchoadas e revestimentos em couro na versão Highline, seu interior traz muitos elementos plásticos. Os concorrentes frequentemente são elogiados por interiores mais elegantes e refinados, um detalhe que não passa despercebido pelos compradores dessa categoria.
Fatores Externos: Greve do Ibama
Recentemente, um fator externo impactou ainda mais as vendas do Taos: a greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Essa paralisação atrasou a certificação de emissões de poluentes dos veículos importados, como o Taos, dificultando sua chegada às concessionárias.
Considerações Finais
Dada a combinação de imagem de marca popular, design tradicional, falta de motorização híbrida de imediato e acabamentos que não se destacam tanto, é compreensível que o Volkswagen Taos enfrente dificuldades em conquistar os consumidores.
Com atualizações previstas para os próximos anos, é possível que o cenário mude, mas no atual contexto, essas são algumas das principais barreiras para o sucesso do SUV médio da Volkswagen.