A gigante chinesa Xiaomi, conhecida mundialmente por seus dispositivos tecnológicos, agora enfrenta um desafio colossal em sua mais nova empreitada: o mercado automotivo. Menos de seis meses após o lançamento de seu sedã elétrico, o SU7, a empresa já acumula perdas substanciais, superando os R$ 50 mil por unidade vendida.
Problemas com defeitos nas primeiras unidades, junto com a desistência de clientes que fizeram reservas, têm pressionado a companhia a reavaliar suas estratégias para garantir a viabilidade desse ambicioso projeto.
O Desafio de Um Novo Jogador no Mercado Automotivo
Embora a Xiaomi tenha rapidamente se estabelecido como uma das marcas mais valiosas no mercado tecnológico, a transição para o setor automotivo revelou-se mais complexa do que o previsto. O SU7, primeiro modelo elétrico da empresa, foi recebido com grande expectativa, mas problemas de qualidade nas primeiras unidades prejudicaram sua reputação.
Especialistas afirmam que, para começar a lucrar, a Xiaomi precisará vender entre 300 mil e 400 mil unidades por ano — uma meta ambiciosa, considerando o cenário atual.
Foco no Mercado Chinês e Planos para o Futuro
Apesar das dificuldades, o CEO da Xiaomi, Lei Jun, permanece confiante. Ele afirmou recentemente que a empresa vai concentrar seus esforços no mercado chinês pelos próximos três anos, adiando planos de expansão global.
Essa decisão parece estratégica, já que a China é o maior mercado de veículos elétricos do mundo, oferecendo um campo de testes robusto para o crescimento da Xiaomi no setor automotivo. Além disso, a montadora planeja lançar seu segundo modelo, o SU8, um SUV elétrico que promete conquistar o mercado em 2025.
Comparações com Outros Fabricantes de Elétricos
Ainda que o prejuízo da Xiaomi seja significativo, outras fabricantes de veículos elétricos também enfrentam desafios consideráveis. A startup norte-americana Rivian, por exemplo, registrou perdas de US$ 1,46 bilhão no mesmo período, com cada unidade custando à empresa cerca de R$ 180 mil.
Entretanto, até fabricantes tradicionais como a Ford não estão imunes a essas dificuldades. A divisão de veículos elétricos da Ford teve um desempenho ainda pior, com perdas de mais de R$ 260 mil por carro vendido entre abril e junho deste ano.