A Stellantis, conglomerado automotivo global, foi multada em mais de R$ 260 milhões por fraudar os controles de emissões de poluentes em veículos vendidos nos Estados Unidos.
Segundo as autoridades norte-americanas, a empresa utilizou dispositivos não aprovados para manipular os índices de emissão, liberando cerca de 55 toneladas de óxidos de nitrogênio acima do permitido na atmosfera, um impacto significativo na qualidade do ar.
Modelos afetados e a fraude
Os veículos envolvidos incluem as picapes Ram 1500, 2500 e 3500, além da van ProMaster, todas fabricadas entre 2014 e 2016 e equipadas com o motor 3.0 V6 EcoDiesel. Esses dispositivos ilegais mascararam as emissões reais durante os testes de homologação, enquanto, no uso cotidiano, os veículos emitiam níveis muito superiores aos limites permitidos. Essa prática, que viola as regulamentações ambientais, resultou em uma ação conjunta liderada pelo California Air Resources Board (CARB).
Além do pagamento da multa milionária, a Stellantis terá que realizar ajustes nos veículos já comercializados para atender aos padrões de emissões da Califórnia, um estado conhecido por suas rígidas normas ambientais.
Histórico de penalizações e desafios ambientais
A multa atual não é o primeiro golpe enfrentado pela Stellantis em questões ambientais. Em 2019, a empresa desembolsou cerca de US$ 305 milhões por usar softwares ilegais em veículos como a Ram 1500 e o Jeep Grand Cherokee, também equipados com motores EcoDiesel. Na ocasião, mais de 100 mil unidades precisaram passar por recalls para corrigir as irregularidades.
Além disso, o grupo foi multado em US$ 5,6 milhões por vender modelos com motores a gasolina fora dos padrões de emissões da Califórnia. Entre 2012 e 2018, cerca de 30 mil unidades de Ram 1500, Jeep Grand Cherokee e Dodge Durango com motor 5.7 V8 HEMI foram identificadas em desconformidade com as normas.
Impactos para a Stellantis e o setor automotivo
Essa sequência de penalizações ressalta a crescente pressão sobre montadoras globais para atender às regulamentações ambientais. Com um mercado cada vez mais voltado para a sustentabilidade, práticas de manipulação como as realizadas pela Stellantis comprometem não apenas o meio ambiente, mas também a confiança dos consumidores.
A obrigatoriedade de correção dos veículos afetados representa um custo adicional para a Stellantis, que já destinou mais de US$ 800 milhões para lidar com fraudes ambientais nos Estados Unidos nos últimos anos. Além disso, o episódio reforça a necessidade de inovação em tecnologias limpas e eficientes, sob pena de sanções severas e danos irreparáveis à reputação.