A montadora chinesa GWM (Great Wall Motors) deu um passo significativo no mercado brasileiro ao anunciar a produção local do Haval H6 a partir do primeiro semestre de 2025.
A novidade foi confirmada com exclusividade pelo diretor de relações institucionais da GWM Brasil, Ricardo Bastos, para a revista Quatrorodas durante o Fórum Direções Quatro Rodas 2024, destacando a ambição da marca de transformar o Brasil em um polo importante para a fabricação de seus modelos híbridos e elétricos.
Início da Produção do Haval H6
Após obter a habilitação do programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação) pelo governo brasileiro, a GWM prepara-se para iniciar as atividades na fábrica de Iracemápolis, São Paulo. Todo o maquinário necessário já está pronto na China, aguardando apenas a aprovação oficial para ser enviado ao Brasil.
A expectativa é começar a pré-produção com testes ainda este ano, visando a montagem completa das unidades no regime CKD (Complete Knock Down) no início de 2025. Este método de produção implica que as peças vêm desmontadas para montagem local, aumentando a eficiência e a rapidez na fabricação.
Capacidade de Produção e Planos de Expansão
Inicialmente, a fábrica terá uma capacidade de produção anual de 50 mil unidades, com planos de expansão para 100 mil veículos nos próximos anos. Esta estratégia de crescimento visa alcançar um volume de produção que possibilite uma equação de custos viável para a empresa.
“Fazendo menos que isso (50 mil unidades), já temos dificuldade para chegar à equação de custo”, afirmou Ricardo Bastos, salientando a necessidade de investimentos adicionais em infraestrutura para atingir a marca dos 100 mil veículos.
Modelos e Mercados Potenciais
O Haval H6, escolhido por ser o híbrido mais vendido em julho, não será o único modelo beneficiado com a produção nacional. A montadora considera também o Haval H4, irmão menor do H6, como uma opção viável devido à plataforma compartilhada entre os dois SUVs. Além disso, a produção local permite que a GWM expanda seus negócios e eventualmente comece a exportar para países vizinhos.
Nacionalização dos Componentes
A estratégia de nacionalização dos componentes é um pilar crucial no planejamento da GWM. Com uma lista de pelo menos 200 itens, que vão desde bancos a componentes do trem de força, a empresa visa atingir um índice de nacionalização de 60%.
Esse nível permitirá não apenas a expansão no mercado interno, mas também a exportação para outros países. “Chegando ao índice de 60%, a empresa poderá expandir seu negócio e começar a exportar a produção brasileira para países vizinhos”, destacou Bastos.
Fabricando Mecânicas Híbridas e Baterias
Outro foco da GWM é o desenvolvimento de motorização híbrida flex. Até o momento, a montadora tem dedicado seus esforços apenas às mecânicas híbridas, mas há planos para começar a nacionalização de peças já em 2025, retirando itens como rodas, bancos e pneus dos kits enviados da China. “Se tivermos fornecedores de rodas, bancos e pneus, eles já vão ser retirados do kit automaticamente”, comentou Bastos.
Além disso, há um projeto de longo prazo para fabricar componentes do sistema elétrico e baterias localmente, exigindo uma cadeia de abastecimento mais robusta. A nacionalização de peças vitais como essas garantirá à GWM uma presença mais significativa no mercado automotivo brasileiro.