A gigante automotiva Stellantis confirmou que Carlos Tavares, atual CEO, deixará seu cargo no início de 2026, após completar seu mandato de cinco anos. Tavares, que assumiu a liderança após a fusão do Grupo PSA com a Fiat-Chrysler Automobiles, enfrentou grandes desafios ao longo de sua gestão.
Agora, o grupo inicia uma nova fase com uma mudança de comando global, mas o Brasil, em contraste, continua em uma trajetória de crescimento, especialmente com novos investimentos em tecnologias híbridas e elétricas.
O impacto da saída de Carlos Tavares
A decisão de Carlos Tavares de deixar o cargo de CEO em 2026 foi oficialmente confirmada pela Stellantis, marcando o fim de uma era para o conglomerado. Tavares foi fundamental na consolidação das marcas sob o guarda-chuva da Stellantis e, embora tenha lidado com problemas nas vendas, seu papel foi decisivo na transformação da empresa após a fusão histórica.
De acordo com o comunicado da empresa, a transição será planejada cuidadosamente. Um Comitê Especial do Conselho, presidido por John Elkann, já está em busca de um sucessor que possa liderar a Stellantis para a próxima fase. A expectativa é que a seleção do novo CEO seja concluída até o final de 2025, garantindo uma transição suave.
Mudanças nas lideranças globais
Enquanto Tavares ainda comanda a transição, outras mudanças significativas estão sendo feitas na administração de marcas importantes da Stellantis. Maserati e Alfa Romeo, por exemplo, passaram por uma reestruturação, com Davide Grasso e Jean-Philippe Imparato deixando seus postos como CEOs dessas marcas. Santo Ficili, um nome já conhecido no grupo, foi nomeado diretor executivo de ambas, trazendo uma visão renovada para o futuro das marcas de luxo italianas.
No mercado norte-americano, Antonio Filosa assumiu a liderança da Jeep e também as funções de COO da América do Norte, substituindo Carlos Zarlenga. Essas mudanças refletem uma necessidade de reposicionar as marcas nos Estados Unidos, onde as vendas têm sido um ponto de preocupação para a Stellantis.
O desafio das vendas e o futuro das marcas
Nos últimos tempos, Carlos Tavares tem sido franco sobre os desafios enfrentados pela Stellantis, especialmente em relação às vendas globais. O desempenho das marcas, como Maserati e Ram, tem sido impactado por problemas de marketing e questões operacionais, como reparos frequentes em picapes logo após a produção.
Entretanto, Tavares garantiu que nenhuma das 14 marcas da Stellantis será descontinuada no curto prazo, apesar das dificuldades. O plano de manter todas as marcas por pelo menos 10 anos, conforme anunciado em 2021, ainda está em vigor. Isso inclui marcas icônicas como Lancia e Chrysler, que, apesar de lutarem por relevância no mercado global, continuarão sob a gestão da Stellantis.
Brasil: um cenário diferente
Enquanto o mercado norte-americano lida com desafios, o Brasil continua a ser um ponto de destaque para a Stellantis. Recentemente, a montadora confirmou investimentos em tecnologias híbridas e elétricas para o país. Durante o evento Liderança Verde Brasil Expo, em Brasília, a Stellantis revelou uma série de novos projetos focados em veículos híbridos e elétricos, destacando a importância do mercado brasileiro para o futuro da empresa.
O grupo exibiu suas mais recentes tecnologias, como o Bio-Hybrid, que inclui versões híbridas leves e PHEV (híbrido plug-in), além de anunciar a produção de um carro 100% elétrico no Brasil. Esse movimento faz parte de uma estratégia mais ampla da Stellantis para consolidar sua liderança no mercado automotivo sustentável, respondendo às demandas por veículos menos poluentes.
O futuro da Stellantis
Com a saída de Carlos Tavares em 2026, a Stellantis se prepara para um futuro cheio de desafios, mas também de oportunidades. A busca por um novo CEO é um dos processos mais críticos em curso, e a empresa está focada em encontrar uma liderança que possa manter a inovação e a competitividade no mercado automotivo global.
No Brasil, o foco em tecnologias sustentáveis parece estar consolidado, com a promessa de novos veículos híbridos e elétricos chegando ao mercado nos próximos anos. As mudanças globais de liderança não afetaram a operação local, e o país continua a ser um mercado de crescimento estratégico para o grupo.