AUm estudo recente indica que, até 2040, os veículos eletrificados representarão 90% das vendas de automóveis leves no país. Essa transformação reflete não apenas uma tendência global de descarbonização, mas também o potencial do Brasil em liderar essa mudança graças aos seus biocombustíveis.
Estudo detalha cenários otimistas para a descarbonização
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) promoveu um encontro com líderes das principais entidades do setor para discutir os caminhos rumo à descarbonização.
O levantamento, realizado em parceria com a Boston Consulting Group (BCG), apresenta dois cenários: um baseado nas ações já em andamento e outro mais otimista, que considera medidas adicionais como a inspeção técnica veicular e a renovação de frotas.
Participação crescente de elétricos e híbridos nas vendas
Segundo o cenário mais promissor, em 2030 os veículos eletrificados já responderão por 50% das vendas de automóveis leves. Até 2040, esse número saltará para 90%, sendo que 55% serão veículos 100% elétricos e o restante híbridos, dos quais apenas 10% serão híbridos leves. No cenário alternativo, os eletrificados chegariam a 86% das vendas, com 40% de participação dos totalmente elétricos.
Biocombustíveis ganham destaque no mercado brasileiro
O estudo ressalta a importância do etanol, que deverá representar 60% do consumo total de combustíveis até 2040. Aliás, o Brasil tem a oportunidade de se tornar protagonista na descarbonização global graças aos seus biocombustíveis renováveis.
No segmento de veículos pesados, tecnologias alternativas devem alcançar 56% de participação, enquanto o biodiesel e o HVO podem chegar a 30% do consumo.
Investimentos e produção local são essenciais
Os representantes da BCG revelaram que 70% dos 65 fornecedores consultados planejam investimentos adicionais para acompanhar a evolução do setor automotivo.
Contudo, o diretor técnico da Anfavea, Henry Joseph Jr., enfatiza a necessidade de produção local de veículos eletrificados. “Não podemos continuar importando mais do que fabricamos internamente. Além disso, a redução de CO2 depende de todo o ecossistema, não apenas dos veículos”, destaca.
Consumidores mostram interesse crescente em veículos elétricos
Uma pesquisa com 3 mil consumidores de veículos leves revelou que 16% já consideram a compra de um veículo 100% elétrico. Além disso, a oferta de modelos eletrificados no mercado brasileiro aumentou de 46 para 126 entre 2019 e 2023. Assim, fica evidente que há demanda e oferta crescentes nesse segmento.
Medidas adicionais podem acelerar a transformação
Para atingir as metas ambiciosas de descarbonização, o setor automotivo destaca a importância de medidas como a inspeção técnica veicular e a renovação da frota. Essas ações podem contribuir para uma redução de até 400 milhões de toneladas na emissão de CO2 nos próximos 15 anos. Entretanto, a implementação efetiva dessas medidas depende de políticas públicas e do engajamento de diversos setores.