Nos anos 80, o mercado automotivo nacional viu o surgimento de um ícone: a Chevrolet D20. Mais do que um veículo de trabalho, a caminhonete trouxe inovação e redefiniu o conceito de utilitário no Brasil.
Em um segmento historicamente voltado ao campo, a D20 atraiu tanto frotistas quanto famílias que buscavam potência aliada ao conforto.
A primeira nacional com motor diesel
Lançada em 1985 pela General Motors do Brasil, a D20 entrou para a história como a primeira caminhonete nacional a oferecer um motor a diesel de fábrica. Este diferencial era ideal para o trabalho pesado, especialmente em áreas rurais, onde a eficiência e a resistência mecânica eram cruciais.
Produzida inicialmente em São José dos Campos (SP) e, posteriormente, em Córdoba, na Argentina, a caminhonete foi um reflexo da evolução automotiva. Suas versões com motor diesel consolidaram a D20 como a escolha favorita de quem precisava de força e confiabilidade no transporte de cargas.
Design inovador e conforto inédito
A linha 20 da Chevrolet, que incluía as variantes C20 (gasolina), A20 (álcool) e a emblemática D20 (diesel), trouxe um design contemporâneo e melhorias significativas no conforto. Equipamentos como direção hidráulica, ar-condicionado e acabamentos internos refinados destacaram a D20 frente aos concorrentes.
Sua carroceria robusta e a possibilidade de escolha entre cabines simples ou duplas ampliaram seu apelo tanto para o trabalho quanto para o uso pessoal. Versões como a King Size e a Deluxe ofereciam um toque de exclusividade, enquanto a D20 Custom combinava funcionalidade e luxo.
Alta capacidade de carga e economia de combustível
Com capacidade de carga variando entre 1.000 e 1.100 kg, a D20 se destacou em terrenos adversos. Seu motor a diesel entregava consumo médio de 7 a 12 km/L na cidade e 9 a 14 km/L na estrada, desempenho impressionante para a época e ideal para longas jornadas no campo.
Embora enfrentasse a dura concorrência da Ford F1000 e até de modelos menores como a Fiat Fiorino, a D20 manteve uma base de fãs fiéis. Ao longo de seus 13 anos de produção, vendeu mais de 204.000 unidades, consolidando-se como um símbolo de trabalho e confiança.
Adaptações e inovações mecânicas
Uma das maiores demandas dos consumidores da época era por uma versão 4×4. A Chevrolet atendeu ao pedido, mas os problemas iniciais com o diferencial mostraram a complexidade do projeto. Uma solução veio da Engesa, que criou adaptações robustas e confiáveis, prolongando a vida útil de muitas unidades da D20.
Fim da produção e a memória de um clássico
Mesmo com uma trajetória marcante, a D20 teve sua produção encerrada em 1998. Sua robustez, aliada ao pioneirismo no uso do motor diesel e ao conforto diferenciado, garantiu à caminhonete um lugar especial no coração dos brasileiros.
O modelo pode ter saído de cena, mas continua vivo na memória de quem viveu os anos 80 e testemunhou o impacto de um veículo que foi muito além do trabalho, transformando-se em um ícone automotivo.