Chevrolet Agile: Um Carro Espaçoso e Bem Equipado, Mas com Falhas no Acabamento e Consumo

O Chevrolet Agile foi lançado no início da década para ajudar a GM a superar a crise econômica de 2008. Utilizando uma plataforma antiga, porém confiável, o Agile trouxe uma série de novos itens de série e a nova identidade visual da marca, com uma grade ampla e dividida.

Seu estilo controverso não impediu que fosse bem recebido pelo público, graças ao generoso espaço interno, à posição elevada do motorista e ao porta-malas de 327 litros. Itens como piloto automático, computador de bordo e acendimento automático dos faróis proporcionaram uma sensação de upgrade para quem deixava os modelos populares.

Desempenho e Consumo

Equipado com o tradicional motor 1.4 8V, entregando 102 cv com etanol e 97 cv com gasolina, o Chevrolet Agile oferece uma performance satisfatória, mas seu consumo é elevado. A altura elevada do solo facilita a condução em terrenos acidentados, sem comprometer a estabilidade.

No entanto, o acabamento interno é simples e o nível de ruído na estrada pode ser alto. Detalhes como os pedais mal posicionados, o dreno do ar-condicionado que pinga na cabine e o porta-malas que só abre com a chave foram pontos negativos destacados pelos usuários.

Apesar desses problemas, o Agile provou ser um carro resistente, como demonstrado no teste de longa duração de 60.000 km, onde se manteve intacto.

Equipamentos e Versões

A versão básica LT incluía ar-condicionado, direção hidráulica, banco do motorista com regulagem de altura, limpador traseiro, computador de bordo, piloto automático e travas e vidros dianteiros elétricos. Porém, em fevereiro de 2010, itens como ar-condicionado e comandos elétricos deixaram de ser de série.

A versão LTZ é mais completa, adicionando rodas de liga leve, retrovisores elétricos, faróis de neblina, rádio com Bluetooth e entradas auxiliares, alarme, direção com ajuste de altura e banco traseiro bipartido e dianteiro rebatível. Entretanto, airbags duplos e freios ABS eram opcionais em todas as versões.

Uma versão interessante é a Easytronic, lançada em 2013, que trouxe a evolução do câmbio automatizado da Meriva. Baseada na versão LTZ, oferecia um bom custo-benefício, com ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, ABS, airbags, som, computador de bordo e rodas de liga leve, tudo de série.

Problemas Comuns

Coxins do Motor

Os coxins do motor do Chevrolet Agile são propensos a rompimentos, o que pode ser facilmente confundido com desgaste da embreagem. Quando os coxins estão danificados, eles provocam trepidações nas arrancadas e vibrações excessivas no motor.

É essencial realizar uma análise visual regular para identificar quaisquer sinais de desgaste ou danos, pois a substituição dos coxins pode prevenir problemas maiores no futuro.

Ponteira do Escapamento

Outro problema recorrente no Agile é a queda da ponteira do escapamento, que pode causar uma concentração de gases quentes no assoalho do porta-malas. Essa situação é agravada pela falta de isolamento térmico adequado na área.

Em casos extremos, o calor acumulado pode derreter o revestimento interno do porta-malas. Recomenda-se verificar regularmente a integridade da ponteira e buscar sinais de corrosão, garantindo que esteja bem fixada e em boas condições.

Sistema de Ignição

O sistema de ignição do Agile também apresenta falhas, frequentemente indicadas por uma luz de anomalia no painel que pisca e pequenas falhas no funcionamento do motor.

Um scanner de diagnóstico costuma revelar defeitos na bobina de ignição, que pode ser substituída a um custo aproximado de 500 reais nas concessionárias autorizadas. É importante resolver esses problemas prontamente para evitar falhas mais graves no motor.

Câmbio Easytronic

Os modelos equipados com o câmbio automatizado Easytronic requerem atenção especial. Antes de comprar um Agile com essa transmissão, é crucial realizar uma avaliação completa em uma oficina especializada.

A verificação deve incluir o estado da embreagem, dos atuadores hidráulicos e do módulo eletrônico, que pode custar mais de 5.000 reais caso precise ser substituído. Esta inspeção ajuda a evitar custos inesperados e garante o bom funcionamento do veículo.

Recall de Mangueira de Combustível

Alguns modelos do Agile fabricados em 2010 foram chamados para um recall devido a problemas na mangueira de combustível, que pode rachar e causar vazamentos. Esse defeito representa um risco significativo de incêndio e deve ser corrigido imediatamente.

Verifique se o veículo que você está considerando passou por todas as revisões de recall, garantindo que a mangueira de combustível foi inspecionada e, se necessário, substituída.

Ficha Técnica

Reputação e Avaliação dos Proprietários

O Chevrolet Agile teve uma recepção mista entre os proprietários, com pontos positivos destacados principalmente pelo conforto e quantidade de equipamentos oferecidos, mas também com críticas ao acabamento e ao consumo de combustível.

Tathiana Cristina de Oliveira, executiva de vendas de Cotia (SP), elogia o conforto do veículo e os recursos tecnológicos: “Muito confortável e equipado, o acendimento automático dos faróis e o computador de bordo fazem a diferença no Agile.” No entanto, ela também aponta falhas: “O acabamento é ruim e a mecânica deixa a desejar: o desempenho é apenas aceitável, o consumo é elevado e ele falha demais sempre que troco o combustível no tanque.”

Giovanna Vallin, estagiária de Valinhos (SP), valoriza o nível de equipamentos do Agile: “O nível de equipamentos surpreende: piloto automático, computador de bordo, som com Bluetooth e faróis de acendimento automático. E o espaço é ótimo mesmo para pessoas altas.” Essa percepção destaca o diferencial do Agile em termos de conforto e conveniência.

Por outro lado, José Tadeu Pereira, gerente comercial de Bragança Paulista (SP), expressa insatisfação com o acabamento do veículo: “Não gosto do acabamento: muito plástico e é barulhento, especialmente no porta-malas e na tampa do porta-luvas, que não fecha direito. O consumo poderia ser melhor.” Essa crítica reflete a percepção de que, apesar dos muitos recursos, o Agile peca em aspectos de qualidade e economia.

As avaliações dos proprietários, extraídas da revista Quatro Rodas, indicam que o Chevrolet Agile oferece uma combinação de conforto e tecnologia que agrada a muitos, mas também apresenta desafios significativos em termos de acabamento e eficiência de combustível.

Considerações Finais

O Chevrolet Agile se destaca no mercado de seminovos pela combinação de espaço interno generoso e uma lista de equipamentos que atende bem às necessidades dos motoristas urbanos. A posição elevada de dirigir e o porta-malas espaçoso são pontos fortes que agradam especialmente a famílias e pessoas que precisam de praticidade no dia a dia.

No entanto, é fundamental estar ciente de suas limitações, como o acabamento simples e o consumo relativamente alto. Esses fatores podem influenciar na decisão de compra, especialmente para aqueles que buscam um veículo mais econômico e com um nível de sofisticação maior.

Ao considerar a compra de um Agile usado, é importante fazer uma avaliação minuciosa do estado geral do carro, verificando a existência de possíveis falhas mecânicas e elétricas, como problemas na ignição e desgaste dos coxins do motor. Além disso, optar por versões mais equipadas, como a LTZ ou a Easytronic, pode oferecer um melhor custo-benefício, trazendo mais conforto e funcionalidades.

Em suma, o Agile continua sendo uma opção viável no mercado de seminovos, desde que suas características sejam bem avaliadas e atendam às expectativas do comprador.